O prédio foi construído em dois andares: no andar térreo
tinha porões, celas e alojamentos para o Corpo de Guarda; no andar superior,
foi instalada a Câmara Municipal, que inaugurou as novas instalações a 14 de
abril de 1880, data essa em que foi realizada a sua primeira sessão
Um fato pitoresco liga a história da cidade de Mossoró, o Dr.
Manuel Hemetério tinha por hábito
fiscalizar diariamente o andamento da construção, demorando-se por horas no
interior do prédio. Certa tarde, entrara o magistrado numa dependência interna,
sem que ninguém percebesse de sua presença. E
no encerrar o horário de trabalho, pedreiros e serventes fecharam o
prédio e se recolheram ás suas residências. Já noite, um
carreiro (tangedor de carros de boi), vindo do posto de Santo Antônio,
ao passar defronte a construção, ouviu gritos que dali partiam e ao se aproximar percebeu trata-se de alguma
pessoa. Grande foi sua surpresa ao reconhecer o doutor MANUEL HEMETÉRIO, o Juiz
construtor do prédio, que por esquecimento dos operários, ficou ali fazendo às
vezes de primeiro detento da Cadeia Pública de Mossoró. Foram procurar o
administrador da obra que outra alternativa não teve senão se deslocar até o
prédio em construção para soltar o Dr. MANUEL HEMETÉRIO.
Juiz
Municipal Manoel Hemetério Raposo de Melo, então Presidente da Comissão de
Socorros Públicos.
Nasceu em Pau dos Ferros, a
03.10.1869, filho de Manoel Hemetério Raposo de Melo e d. Umbelina Fernandes de
Melo. Iniciou seus estudos em Ceará-Mirim, concluindo o secundário em Recife e,
também naquela Capital, cursando Direito, bacharelando-se em 1893. Foi Juiz de
Direito em Martins, Mossoró e Ceará-Mirim; Chefe de Polícia (1908), durante a
segunda gestão do então Governador Alberto Maranhão; Secretário de Governo e
Procurador Geral, no Governo Ferreira Chaves, e desembargador, chegando à
Presidência do Tribunal de Justiça (1921-1926), quando se aposentou do serviço
público. Foi o fundador do Instituto da Ordem dos Advogados (1932) e seu
primeiro presidente; o organizador do Código de Processo Civil e Comercial do
Estado (lei nº 551, de 11.12.1922); o relator da comissão de juristas que
procedeu à revisão e consolidação das leis da organização judiciária. Era
membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte. Para
Cascudo, Era o maior advogado da época, depois de ter sido juiz magnífico
(História do Rio Grande do Norte, p. 501). Faleceu em Natal, a 30 de agosto de
1932.
Fato real e pitoresco, passado à história de Mossoró por seu
neto, Dr, ALDO FERNANDES RAPOSO DE MELO
FONTE – LIVRO CRONOLOGIAS
MOSSOOENSES, DE LAURO DA ESCÓSSIA E FUNDAÇÃO JOSÉ AUGUSTO
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